sexta-feira, 24 de agosto de 2007
Entrada:
Tártaro de salmão.
Corte uma posta de salmão em brunesa (tamanho de um dado cortado em quatro) tempere com alcaparras, cebolinho picado, raspa lima, vinagre, azeite, sal e pimenta.
Acompanhe com salada de alface e pepino e com tostas.
Prato Principal:
Bacalhau Zé do Pipo.
Num tabuleiro regue o fundo con azeite e ponha por camadas o lombo de bacalhau cortado ao meio na horizontal cebola picada já refogada, maionese com alho picado e leve ao forno 8 a 10 min se as fatias do bacalhau forem finas. Sirva com puré de batata temperado com sal, pimenta e nóz moscada.
Para completar azeitonas, broa e O VINHO.
Sobremesa:
Panacota de baunilha com morangos.
Leve ao lume 600ml natas, 250ml leite, 1 vagem de baunilha aberta ao meio, deixe ferver junte 8 folhas de gelatina amolecidas em água ponha em taçinhas e no frigorifico.
Desenforme ao servir e acompanhe com morangos polvilhados com açucar.
quinta-feira, 26 de julho de 2007
Chegou o Verão.
Entrada:
Salada tomate e mozarela.
Corte o tomate e a mozarela em rodelas e disponha alternadamente num prato, tempere com azeite, vinagre balsamico, sal grosso pimenta preta e majerição cortado finamente.
Prato principal:
Taglateli de legumes.
Coza a massa em água a ferver com sal, descasque e corte em pedaços do tamanho de um dado cenoura, corgete, beringela, cogumelos, leve a uma frigideira bem quente com azeite até cozinhar, junte um pouco de tomate concásse, massa já escorrida, azeitonas, oregãos e queijo parmesão ralado.
Para acompanhar esta refeição uma boa sangria.
Sobremesa:
Gelado.
Escolha o sabor junte mõlho de morango,caramelo ou chocolate, bolacha esmagada.
Bom apetite!
terça-feira, 3 de julho de 2007
Jim Morrison
sexta-feira, 15 de junho de 2007
O Tempo das Giestas

Teresa observa-os pelo canto do olho, sorrindo, enquanto tira dos ombros a écharpe e a dobra e pousa sobre o banco, ao lado da mala. Entretém-se, agora, a ler inscrições gravadas ou desenhadas nas costas do banco: um coração envolvendo os nomes Bruno e Rita; Nuno ama Sónia dois corações entrelaçados Sónia ama Nuno; Daniela ama-me senão morro André..."
sábado, 9 de junho de 2007
terça-feira, 5 de junho de 2007
RATM
Ao assistir a este espectáculo nem parece que o quarteto de Los Angeles esteve separado. Voltam a actuar em Julho (Nova York) e Agosto (Califórnia). Até lá, fica este vídeo do Festival Coachella na Califórnia.
domingo, 3 de junho de 2007
Aqui Termino
da ira como uma brasa, como territórios
de bosques incendiados, e desejo
que, como uma árvore vermelha, continue
a propagar a sua chama luminosa.
Mas nos seus ramos não encontraste
apenas cólera: as suas raízes não procuraram
apenas a dor, mas a força,
e eu sou a força de pedra pensativa,
alegria de mão unidas.
Sou, finalmente, livre entre os seres.
Vivo, como o ar, no meio dos seres
e saio da solidão encurralada
para a multidão dos combates,
livre, porque na minha mão vai a tua mão,
conquistando alegrias indomáveis. (...)"
Pablo Neruda - "Aqui termino" in Canto Geral
sábado, 2 de junho de 2007
sexta-feira, 1 de junho de 2007
Everything to Learn

Legenda da obra reproduzida:
Colecção particular
Fonte: Mário Cesariny - A imagem em movimento, de Bernardo Pinto de Almeida
quinta-feira, 31 de maio de 2007
The Nightwatchman - The Road I Must Travel
Morello é o mítico guitarrista de Rage Against the Machine (RATM), banda que anunciou o seu final no ano 2000, dada a saída do vocalista Zack de la Rocha. No ano seguinte, o grupo renasce, com novo nome e com novo vocalista. Audioslave, era o nome do projecto que juntava Chris Cornell, ex-vocalista dos Soundgarden, a Tom Morello, Tim Commerford e Brad Wilk, os restantes membros de RATM. Resultado, três discos gravados e um concerto ao vivo em Cuba. Depois de sete anos, já em Fevereiro deste ano, Cornell alega "conflitos pessoais e diferenças musicais" para justificar a sua saída de Audioslave. Tom Morello anuncia dias mais tarde, que os RATM estão de volta chegando mesmo a marcar três concertos nos EUA. Morello justifica esta acção com o facto de sentir que o seu país tem de acordar para a problemática da guerra, pretendendo com estes concertos alertar os americanos.
quarta-feira, 30 de maio de 2007
Greve Geral
sábado, 26 de maio de 2007
Os Versos do Capitão

A RAINHA
Proclamei-te rainha.
Há-as mais altas do que tu, mais altas.
Há-as mais puras do que tu, mais puras.
Há-as mais belas do que tu, mais belas.
Mas tu és a rainha.
Quando vais pela rua,
ninguém te reconhece.
Ninguém vê a tua coroa de cristal, ninguém repara
na alfombra de ouro rubro
que pisas ao passar,
a alfombra que não existe.
E,quando surges,
todos os rios marulham
no meu corpo, os sinos
abalam o céu,
e um hino enche o mundo.
Apenas tu e eu,
apenas tu e eu, meu amor,
o escutamos.
Pablo Neruda manteve OS Versos do Capitão durante anos no anonimato. Escrito em "arrebatamentos de amor e fúria", no "clima desconsolado e ardente que lhe deu nascimento", este livro foi publicado entre o Canto general e Las Uvas y el Viento, por um lado, e as Odas elementales, por outro. Os seus versos são "ternos, amorosos, apaixonados e terríveis na sua cólera", e possuem paixão idêntica à que encontramos naqueles em que Pablo Neruda luta contra a injustiça.
Intervalo lírico e íntimo, onde o grande poeta chileno alcança a mesma intensidade de sentimento dos seus Veintes poemas de amor y una canción desesperada.
sexta-feira, 25 de maio de 2007
O Tempo das Giestas

quinta-feira, 24 de maio de 2007
terça-feira, 22 de maio de 2007
Histórias de Almanaque

Um homem tinha uma mulher que era como o mar. O mar altera-se a cada sopro de vento, mas não aumenta nem diminui, nem muda de cor, nem de sabor, e também não fica nem mais duro nem mais mole; mas, depois de o vento passar, fica outra vez calmo, sem se ter transformado noutra coisa. E o homem teve de ir viajar.
Quando partiu, confiou à mulher tudo o que tinha - a casa, a oficina, a horta em redor da casa e o dinheiro que ganhara. «Tudo isto é meu, e também te pertence. Tens de tomar conta de tudo.»
Ela caíu-lhe ao pescoço, chorou e disse-lhe: «Como é que eu posso? Eu que sou uma mulher estúpida.» Mas ele olhou para ela e disse: «Se me amas, és capaz.» E despediu-se dela em seguida. E como a mulher ficasse sozinha, temeu por tudo o que fora confiado às suas fracas mãos e ficou apavorada. Por isso confiou no irmão, um homem mau, que a intrujou. Os bens foram assim diminuido a olhos vistos, e quando ela deu por isso ficou desesperada e não quis comer mais nada, para não diminuir ainda mais os seus haveres, e de noite também não dormia, o que fez com que adoecesse.
Para ali jazia no quarto, pelo que não podia olhar pela casa, que decaíu, o que levou o irmão a vender-lhe a horta e a oficina sem lhe dar conhecimento disso. A mulher lá estava deitada nas suas almofadas, não dizia nada e pensava: «Se eu não disser nada, não digo asneiras, e se não comer, não fico com menos coisas.» Aconteceu assim que, um dia, a casa teve de ser vendida em hasta pública. Veio muita gente de toda a parte, porque era uma bela casa. E a mulher estava deitada no seu quarto e ouvia as vozes e o som do martelo e as pessoas a rirem e a dizerem: «Chove pelo telhado, e a parede está a cair.» Sentiu-se então muito fraca e adormeceu.
Quando voltou a acordar, jazia num catre duro num quarto de madeira. Também só havia uma única janelita lá no alto e um vento frio invadia todos os recantos. Uma velha entrou no quarto e decompô-la asperamente, dizendo-lhe que a casa dela tinha sido vendida, mas que as dívidas ainda não estavam todas pagas e que ela vivia da caridade, mais pelo marido do que por ela. Pois este agora já não tinha nada. A mulher, ao ouvir isto, ficou confusa e um pouco desorientada; levantou-se da cama e começou a trabalhar desde esse dia na casa e nos campos. Andava vestida de andrajos, quase não comia e também nada ganhava, pois não exigia nada. Até que um dia ouviu dizer que o marido tinha voltado. Sentiu uma enorme angústia. Voltou logo para casa, escovou o cabelo e procurou uma belusa nova, mas não encontrou nenhuma.
E cruzou os braços sobre o peito murcho, para o dissimular. Saiu por uma pequena porta das traseiras e correu sem saber para onde.
Depois de ter corrido algum tempo, ocorreu-lhe que se tratava do marido, que viviam juntos, e que ela agora ia a fugir dele. Voltou-se logo para trás e correu em sentido inverso, não pensou mais na casa nem na oficina nem na blusa. Avistou o marido de longe e correu para ele, e pendurou-se-lhe ao pescoço.
O homem, porém, estava no meio da rua, e as pessoas riram-se dele atrás das portas. E ele ficou furioso. Mas tinha a mulher ao pescoço, que não afastava a cabeça dele nem desprendia os braços da sua nuca. E sentiu como ela tremia, e pensou que era de medo por ter deitado tudo a perder. Mas vejam só, ela ergueu finalmente o rosto para ele e ele viu então que não era de medo, mas de alegria, e que era de contentamento que ela tremia. Ocorreu-lhe então qualquer lembrança, e foi a vez de ele vacilar; enlaçou-a, sentiu que ela tinha emagrecido, e esmagou-lhe a boca com um beijo.
Bertold Brecht
quinta-feira, 17 de maio de 2007
António Nobre...Só.

Esforço inútil. Tudo é ilusão.
Quantos não cismam nisso mesmo a esta hora
Com uma taça, ou um punhal na mão!
Mas a arte, o lar, um filho, António? Embora!
Quimeras, sonhos, bolas de sabão.
E a tortura do Além e quem lá mora!
Isso é, talvez, minha única aflição.
Toda a dor pode suportar-se, toda!
Mesmo a da noiva morta em plena boda,
Que por mortalha leva...essa que traz.
Mas uma mão: é a dor do pensamento!
Ai quem me dera entrar nesse convento
Que há além da morte e que se chama A PAZ!
Paris, 1891.
sexta-feira, 11 de maio de 2007
O libertino passeia por Braga, a idolàctrica, o seu esplendor

(...)Faço o meu primeiro engate de magala, na rua. Não me digam tragédias: é facílimo. É a coisa mais natural do mundo!
(...) -`tão, nada feito - diz a sua honra camponesa, e pela primeira vez noto como me apetecia aquele corpo, ser dono ou servo daquele aparato movediço de carne, pele, ossos, pêlos, força. E também me parece que ele está pronto a ir atrás de uma promessa, duma mentira qualquer, e que a recusa pela venda comercial é onde ele esconde sua pronta adesão. Talvez o seu vício. Mas para comercial, comercial e meio.
(...) Descemos um carreiro em bico à direita da estrada. Escuridão. É o lugar ideal para mijar, cagar ou brochar discretamente. Calculo que ele está a provocar-me com o caralho fora das calças, quer festa, mas eu estou muito senhor de mim.

Abjecção. Remorsos. Decido não ir. Misturo a Deolinda com o António e sem mexer na picha estou quase a vir-me. De repente, tudo é tão violento que tenho de bater uma punheta.
quarta-feira, 9 de maio de 2007
Comunidade

Estendo o pé e toco com o calcanhar numa bochecha de carne macia e morna; viro-me para o lado esquerdo, de costas para o candeeiro; e bafeja-me um hálito calmo e suave; faço um gesto ao acaso no escuro e a mão, involuntária tenaz de dedos, pulso, sangue latejante, descai-me sobre um seio morno nu ou numa cabecita de bebé, com um tufo de penugem preta no cocuruto da careca, a moleirinha latejante; respiramos na boca uns dos outros, trocamos pernas e abraços, bafos suor uns com os outros, uns pelos outros, tão conchegados, tão embrulhados e enleados num mesmo calor como se as nossas veias e artérias transportassem o mesmo sangue girando, palpitassem, compassadamente, silenciosamente, duma igual vivificante seiva.
(...)
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Somos cinco numa cama. Para a cabeceira, eu, a rapariga, o bebé de dias; para os pés o miúdo e a miúda mais pequena. Toco com o pé numa rosca de carne meiga e macia: é a pernita da Lina, que dorme à minha frente. Apago a luz cansado de ler parvoíces que só em português é possivel ler, e viro-me para o lado esquerdo: é um hálito levemente soprado, pedindo beijos no escuro que me embala até adormecer. Voltamo-nos, remexemos, tomados pelo medo de estarmos vivos, pela alegria dos sonhos, quem sabe!, e encontramos, chocamos carne, carne que não é nossa, que é um exagero, um a-mais do nosso corpo mas aqui, tão perto e tão quente, é como se fosse nossa carne também: agarrada (palpitante, latejando) pelos nossos dedos; calada (dormindo, confiante) encostada ao nosso suor.
(...)
Luiz Pacheco,
("Comunidade", Contraponto, 1964)
segunda-feira, 7 de maio de 2007
Editorial
Mas, Maio, é tempo de balanços também.
Realiza-se mais uma edição do Super Bock, Super Rock tirando a propaganda a uma marca de uma empresa do sr. Pires de Lima que respeita pouco os seus trabalhadores valerá certamente a pena por alguns dos concertos.
Maio é o último mês antes do inicio de três meses em que parte dos portugueses irão de férias aos poucos. Parte porque nem todos terão esse direito, para alguns (muitos) as férias servirão para ficarem fechados em casa a multiplicar as amarguras do resto do ano e o dinheiro do subsídio (para os que o têm, já que muitos dos milhares de precários nem a isso têm direito) servirá apenas para reduzir as dívidas.
Maio começou com enormes manifestações do dia do trabalhador e terminará com uma Greve Geral, há quem diga que esta não se justifica... Fica a pergunta o que se faz quando os salários pouco aumentam, os preços aumentam brutalmente, os grupos económicos tem lucros de milhões e milhões o Governo aprova uma lei das praças de Jorna (mais conhecida por trabalho temporário), prepara-se para aprovar o despedimento sem justa causa conhecido pelo pomposo termo de "Flexisegurança"... o que se faz perante isto tudo? certamente que quem diz que não se justifica uma Greve acha que perante isto se devia assobiar. Mas assobiem eles.
Quanto à Taberna, que atingiu este mês as duas mil visitas, comemorou e reivindicou o 1º de Maio e celebra agora o 82º aniversário de Luiz Pacheco. Força!
Parabéns Pacheco!
Luís José Gomes Machado Guerreiro Pacheco, nasceu a 7 de Maio de 1925 em Lisboa. Escritor, editor, polemista, etc., certamente que foi tudo aquilo que queria ser, disse tudo o que tinha para dizer. E ainda diz, felizmente. A Taberna dá os parabéns a Luiz Pacheco com um pequeno filme que assinala o início de uma semana que lhe será dedicada. Parabéns Pacheco!
Fontes:
Entrevista de Miriam Assor / Correio Domingo 2007-04-08
Entrevista de Pedro Dias de Almeida / VISÃO nº 652 1 Set. 2005
Filme de António José de Almeida / Luiz Pacheco, Mais um Dia de Noite
Música de Astor Piazzola / Adios Nonino, do albúm com o mesmo nome
sexta-feira, 4 de maio de 2007
Histórias de Almanaque

O médico Hunain foi chamado à presença do califa. O califa queria veneno para os seus inimigos. Prometeu ao médico riquezas se ele obedecesse e a prisão, se levantasse dificuldades.
Depois de passar um ano na cadeia, Hunain foi de novo arrastado até à base do trono. De um lado, amontoavam-se pedras preciosas, no outro lado viam-se instrumentos de tortura. O califa apontou com o dedo primeiro para um monte, depois para o outro.
«O que é que vai ser?» perguntou ele. Hunain respondeu-lhe: «Eu só aprendi a arte de curar, mais nenhuma outra.» O califa fez sinal ao carrasco e Hunain, sentindo chegada a hora derradeira, disse: «No dia do juízo, Deus me recompensará. Se o califa quer cometer um pecado, isso é lá com ele.» O sorriso do califa quebrou a tensão. Nunca fora sua intensão ferir o médico; apenas queria pôr à prova a sua honestidade.
Bertold Brecht
quarta-feira, 2 de maio de 2007
terça-feira, 1 de maio de 2007
segunda-feira, 30 de abril de 2007
Acabou o tempo... Proteja Darfur.

Desde 2003, o Darfur, no Sudão Ocidental, está envolvido num conflito mortal. Várias centenas de milhares de pessoas foram mortas ou seriamente feridas. Mais de dois milhões de pessoas foram deslocados e vivem em campos de deslocados no Sudão ou em campos de refugiados no Chad; mais de 3,5 milhões de pessoas dependem da ajuda internacional para sobreviver.
A violação e outras formas de violência sexual estão a ser utilizadas diariamente como armas de guerra no Darfur. A violação de mulheres e meninas - incluindo meninas de apenas 8 anos - é generalizada. Quando empregue como parte de um ataque generalizado ou sistemático dirigido contra qualquer população civil, a violação constitui um crime contra a humanidade.
As fotos estão disponíveis no site da Globe for Darfur (www.globefordarfur.org) e há um video no site da BBC.
sábado, 28 de abril de 2007
Histórias de Almanaque

Um homem velho e doente seguia por um campo fora. Quatro rapazes assaltaram-no e despojaram-no dos seus haveres. O velho seguiu contristado o seu caminho. Mas no cruzamento seguinte viu, com grande espanto seu, que três dos ladrões assaltavam o quarto para lhe tirarem o produto do roubo. Este, no entanto, caiu no chão durante a refrega. Cheio de alegria, o velho juntou-o e apressou-se a sair dali. No entanto, foi detido na cidade mais próxima e levado à presença do juiz. Os quatro rapazes lá estavam e apresentaram queixa contra ele, agora de novo unidos. O juiz, porém, decidiu da seguinte maneira: O velho tinha que devolver todos os seus bens aos rapazes. «Caso contrário», disse o sábio e justo juiz, «os quatros indivíduos ali presentes poderiam causar distúrbios no país.»
Bertold Brecht
quarta-feira, 25 de abril de 2007
Paulo de Carvalho - E depois do Adeus
«"E depois do Adeus" foi a canção que serviu de senha de início da revolução de 25 de Abril de 1974. Com letra de José Niza e música de José Calvário a canção foi escrita para ser interpretada por Paulo de Carvalho na 12ª edição do Festival RTP da Canção, do qual tinha saido vencedora pouco tempo antes.
Com a transmissão de "E depois do adeus", pelo Emissores Associados de Lisboa às 22h55m do dia 24 de Abril de 1974, era dada a ordem de partida para a saída dos quartéis .»
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
terça-feira, 24 de abril de 2007
Preâmbulo da constituição da República Portuguesa de 1976
Libertar Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo representou uma transformação revolucionária e o início de uma viragem histórica da sociedade portuguesa.
A Revolução restituiu aos portugueses os direitos e liberdades fundamentais. No exercício destes direitos e liberdades, os legítimos representantes do povo reúnem-se para elaborar uma Constituição que corresponde às aspirações do país.
A Assembleia Constituinte afirma a decisão do povo português de defender a independência nacional, de garantir os direitos fundamentais dos cidadãos, de estabelecer os princípios basilares da democracia, de assegurar o primado do Estado de Direito domocrático e de abrir caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português, tendo em vista a construção de um país mais livre, mais justo e mais fraterno.
segunda-feira, 23 de abril de 2007
Cheira a liberdade
quinta-feira, 19 de abril de 2007
"Porquê o Socialismo?"

«(...) A produção é feita para o lucro e não para o uso. Não há nenhuma disposição em que todos os que possam e queiram trabalhar estejam sempre em posição de encontrar emprego; existe quase sempre um "exército" de desempregados. O trabalhador está constantemente com medo de perder o seu emprego. Uma vez que os desempregados e os trabalhadores mal pagos não fornecem um mercado rentável, a produção de bens de consumo é restrita e tem como consequência a miséria. O progresso tecnológico resulta frequentemente em mais desemprego e não no alívio do fardo da carga de trabalho para todos. O motivo lucro, em conjunto com a concorrência entre capitalistas, é responsável por uma instabilidade na acumulação e utilização do capital que conduz a depressões cada vez mais graves. A concorrência sem limites conduz a um enorme desperdício do trabalho e a esse enfraquecimento da consciência social dos indivíduos que mencionei anteriormente.
Caderno Vermelho 13
quarta-feira, 18 de abril de 2007
Bento de Jesus Caraça

Mas Caraça, foi também um resistente antifascista. Militante do Partido Comunista Português, é, em 1946, preso pela PIDE e demitido de professor catedrático do ISCEF. Faleceu, vítima de doença cardíaca, dois anos mais tarde.
segunda-feira, 16 de abril de 2007
Histórias de Almanaque

Um homem de meia idade passeava uma tarde na Alameda dos Choupos quando, ao ver um cão grande que andava atrás das pombas ao longo de um ribeiro escuro, se apercebeu de que não era desejado. Seguiu imediatamente para casa.
Nada de especial tinha acontecido nesse dia. Os negócios corriam-lhe bem, na única rapariga das suas relações que não era estúpida. Alguém contara de manhã no barbeiro a história do pequeno Apfelböck que, com treze anos, assassinara a tiro os pais. O homem tinha os joelhos a tremer ao subir as escadas. Quando se ocupava de novo com o estudo do caso Apfelböck (o rapaz guardara os cadáveres dos pais num caixote durante sete dias), ocorreu-lhe subitamente a ideia de que no dia seguinte poderia matar, sem mais, o dentista, talvez com a faca. O dentista tinha o pescoço gordo e branco. Mas podia também não o matar.
Queria sentar-se ao piano para tocar Haydn; mas Apfelböck tinha esperado sete dias, e durante esse tempo (por causa do cheiro) tinha ido primeiro para o canapé da sala de estar e depois para a varanda. Isso é que Haydn não conseguia fazer esquecer.
O homem andou às voltas no quarto escuro de uma janela para a outra; olhava para o vazio, para os telhados azuis na distância e torcia as mãos. Não era possível aguentar isto. Faziam agora sete dias.
Deitou-se então na cama. Ninguém era responsável, pensou ele.
O astro é puramente provisório. Gira sibilando juntamente com muitos outros, numa fila de matéria astral, em volta de uma estrela da Vila Láctea. Não se pode ter qualquer responsabilidade num astro como este, pensou ele. Mas então fez-se demasiado escuro na cama.
As moscas zumbiam. Apanhou uma. Para isso ajoelhou-se na cama e moveu-se ao longo da parede com as mangas da camisa a esvoaçar. À luz de cinco velas. Quando a apanhou, pensou: Uma ocupação útil à hora da morte.
Se eu morresse, pensou. Gostaria de ter um filho. Talvez eu tenha um filho. Se eu morrer, nenhum galo cantará. Se continuar vivo, também nenhum galo cantará. Faça eu o que fizer, nem um só cantará.
O homem levantou-se inquieto e vestiu um capote militar por cima da camisa. Saiu assim para a rua. Não estava demasiado escuro; viam-se passar nuvens, húmidas, acasteladas.
As chaminés negras recortavam-se rígidas contra o céu. O homem seguiu caminho, com as mãos nos bolsos. Murmurava: «Como são doces as lágrimas de uma noiva, quando o noivo lhe dá um soco nos olhos.» Depois, estugou o passo, ultrapassou outros transeuntes, cantando por fim em voz alta, em camisa, pois desfizera-se do capote - não era preciso capote num astro como este.
Corria cantando salmos pelas ruas e não quis saber de mais nada.
Bertold Brecht
sexta-feira, 13 de abril de 2007
19 de Abril, Sessão de lançamento "O Tempo das Giestas"
Como a caneta de quem escreveu um “O Caminho das Aves” não podia ficar parada, chegou-nos, em 2005, “Aquela Noite de Natal”. A história decorre na mesma época e com os mesmos personagens do antecedente. Nas palavras de um amigo “este livro é um hino ao amor”. Concordo plenamente, os leitores sentem um enorme sôfrego até chegar ao fim da história para assistir ao que o narrador nos escondia, um ternurento momento.
E porque não há duas sem três, e tudo isto na sequência do meu post anterior, chega-nos a terceira obra deste autor, “O Tempo das Giestas”. Que promete ser tão empolgante e viciante quanto os antecedentes.
Desta forma a não perder a apresentação, esta semana, do novo romance, de José Casanova.

Dia 19 de Abril – 18h30 – Casa do Alentejo (Rua das Portas de Santo Antão - Lisboa), com apresentação de Domingos Lobo.
O Tempo das Giestas
Simão espera-a junto à Torre, abrigado no seu guarda-chuva grande, acompanhando os movimentos das gaivotas, agora voltando-se, vendo-a, dirigindo-se-lhe em passo acelerado, quase a correr, a correr, no rosto um sorriso feliz. Pega-lhe nas mãos, segurando o guarda-chuva com o pescoço e o ombro: Ainda bem que vieste — murmura. Depois tira-lhe a sombrinha, devolve-lha fechada, ficam os dois sob o guarda-chuva, repete: Ainda bem que vieste.
Excerto retirado do livro "O Tempo das Giestas" de José Casanova
O Povo
Na jornada fragorosa
E nas altas canções de luta.
Vi como iam de conquista em conquista.
Só a sua resistência era caminho
E, isolados, eram como estilhaços
Duma estrela, sem boca e sem brilho.
Juntos, na unidade feita silêncio,
Eram o fogo, o canto indestrutível,
A lenta passagem do homem sobre a terra,
Feito profundidades e batalhas.
Eram a dignidade que combatia
O que fora espezinhado, e despertava,
Como um sistema, a ordem das vidas
Que batiam à porta e se sentavam
Com as suas bandeiras na sala central.
De Pablo Neruda, em Canto Geral
E porque é Abril, canta-se a Liberdade...
quinta-feira, 12 de abril de 2007
quarta-feira, 11 de abril de 2007
Editorial
Em Março foram lutas mil, em Abril comemoram-se Liberdades mil, sempre com a convicção de que outro caminho é possível, que o fatalismo que rege a nossa sociedade terá, sem sombra de dúvida, um fim.
O passado mês foi pródigo em polémicas. O branqueamento do passado brutal, violento e repressivo do regime fascista perpetrado pelo ditador Oliveira Salazar, esteve no topo das controvérsias, através do programa da RTP. Mas só houve tanto alarido porque este foi descarado, ou seja, à vista de todos. Com tudo isto, questionamos desde o vigésimo quinto dia do ano de mil novecentos e setenta e quatro – todos de nós não éramos nascidos mas só de pensar no que foi e representa, enche-nos o corpo de alegria – não temos vindo a assistir ao surgimento de um fascismo em pezinhos de lã? Até o observador mais distraído tem consciência disso, vejamos pelas políticas adoptadas que mais não fazem do que um assalto às mais elementares conquistas sociais, laborais e culturais. Teremos necessidade de nos justificar mais? Não! Basta comparar a Constituição da República criada na altura, com a actual.
Sobre outro acontecimento, o malfadado cartaz de uns tais "Renovadores Nacionalistas" na rotunda do Marquês do Pombal, em Lisboa, não alonguemos muito, até porque, como o seu líder afirma, está a ter mediatismo demais, conclui-se com a única conclusão possível, e porque os gatos não são parvos, "Nacionalismo é Parvoíce".
Sendo a essência desta taberna a Resistência, e resistência, diga-se, significa luta, saudamos as lutas promovidas pelos trabalhadores afectos à CGTP-IN, nomeadamente a gigantesca luta dos trabalhadores de dia 2 de Março, e também, a grande manifestação de jovens do dia 28 de Março. É com confiança que olhamos para a magnífica luta dos jovens, pois, é com demonstrações deste género, que facilmente se afirma que a resistência está presente no seu seio, dando aos menos jovens a certeza de que SIM «transformar o sonho em vida» é possível!
Em nome deste colectivo de Taberneiros, agradeço a todos os clientes visitantes por termos ultrapassado a bonita marca de mil visitas. Como o ditado diz, Abril águas mil, perdoem-me o enquadramento do ditado para a Taberna da Resistência, visitantes mil, mas sem dúvida a mais importante, Abril Liberdades mil.
terça-feira, 10 de abril de 2007
"Há sempre Alguém que Resiste, Há sempre Alguém que Diz Não"

Cito as palavras que me levaram a fazer esta homenagem “o Adriano, se fosse vivo, faria hoje (9 de Abril) 65 anos. Recordemo-lo, então – e às suas belíssimas canções de resistência e de amor; e à sua voz límpida e pura; e ao seu jeito fraterno e solidário; e à sua coerência revolucionária; e ao seu exemplo de camarada”.
quinta-feira, 29 de março de 2007
Juventude em luta



terça-feira, 27 de março de 2007
Ode à Lua na montanha Emei
brilha sobre a montanha Emei,
sua claridade pálida cai
e corre com as águas do rio Ping.
Deixo Quingsi, esta noite,
rumo às Três Gargantas do Grande Rio,
passo diante de Yuzhou e penso em vós,
não fui capaz de vos dizer adeus.
Considerado há vários séculos um dos mais perfeitos de toda a poesia chinesa, eis um poema de “impossível” tradução.
Trata-se de uma despedida, Li Bai aos 26 anos pede desculpa a um amigo por não o haver visitado.

As referências geográficas e os topónimos (todos na província de Sichuan), que em chinês cadenciam rima e ritmo, desfiguram o poema, em qualquer outra língua.
A lua, do alto do céu, observa a Terra inteira e aproxima os amigos ou amantes distantes, basta que ambos, em lugares diferentes, olhem a Lua exactamente a uma mesma hora. Este poema, dada a inexistência de géneros masculino e feminino na língua chinesa, pode ser dedicado não a um amigo mas a uma mulher, transformando-se num poema de amor.
Poema de Li Bai
Tradução e Notas de António Graça de Abreu
quinta-feira, 22 de março de 2007
Palavra de Poesia
Temes que irrompam dos versos lágrimas
acenos, um olhar, um gesto, sangue?
A praga, o ódio, o asco?
Receias o amor que ela te fala?
O sacrifício, a Hora?
Esta íntima claridade construída?
Temes as sombras,
a noite mais noite em nossos gritos?
Ou receias a esperança,
o sémen, o suor, a seiva trabalhosa?
O amanhã já hoje em nossos passos?
Afrontam-te as raízes?
Espantam-te estas flores?
Amedrontam-te os frutos
que se estão gerando neste ventre a custo?
Ouve irmão: os homens falam aos homens
e se dão as mãos.
De Carlos Aboim Inglez, em "Soma Pouca"
quarta-feira, 21 de março de 2007
Dia Mundial da Poesia

Voz numa pedra
Não adoro o passado
não sou três vezes mestre
não combinei nada com as furnas
não é para isso que eu cá ando
decerto vi Osíris porém chamava-se ele nessa altura Luiz
decerto fui com Isis mas disse-lhe eu que me chamava João
nenhuma nenhuma palavra está completa
nem mesmo em alemão que as tem tão grandes
assim também eu nunca te direi o que sei
a não ser pelo arco em flecha negro e azul do vento
Não digo como o outro: sei que não sei nada
sei muito bem que soube sempre umas coisas
que isso pesa
que lanço os turbilhões e vejo o arco íris
acreditando ser ele o agente supremo
do coração do mundo
vaso de liberdade expurgada do menstruo
rosa viva diante dos nossos olhos
Ainda longe longe essa cidade futura
onde «a poesia não mais ritmará a acção
porque caminhará adiante dela»
Os pregadores de morte vão acabar?
Os segadores do amor vão acabar?
A tortura dos olhos vai acabar?
Passa-me então aquele canivete
porque há imenso que começar a podar
passa não me olhas como se olha um bruxo
detentor do milagre da verdade
a machadada e o propósito de não sacrificar-se não construirão ao sol coisa nenhuma
nada está escrito afinal
Mário Cesariny
domingo, 18 de março de 2007
Convite a beber ao luar...

a estrela do vinho existe no céu. 1
Porque a terra ama o vinho,
as nascentes do vinho existem na terra. 2
Se céu e terra amam o vinho,
amar o vinho é digno dos deuses.
O vinho transparente
espelha a alma pura do homem santo,
o vinho turvo,
o espírito agitado do homem sábio. 3
Se santos e sábios
são grandes bebedores,
porquê procurar os imortais?
Três taças de vinho
concedem a felicidade plena,
um jarro e o universo nos pertence.
Incomparáveis as virtudes do vinho,
mas como explicar isto ao homem sóbrio?
1. Li Bai refere-se às três estrelas jiu qi (Mestres do vinho). Correspondem às estrelas psi, xi e ómega da constelação do Leão.
2. Existe de facto uma povoação chamada Jiuquan (Nascente do vinho) na província de Gansu. Foi fundada no ano 104 pelo imperador Han Wudi e seu nome deriva de uma fonte donde, segundo a lenda, emanava água com gosto a vinho.
3. O mandarim Xu Mo, do século III, disse um dia, completamente embriagado: "Os bêbados chamam "santo" ao vinho puro (qing) e "sábio" ao vinho turvo (zhuo)".
Poema de Li Bai
Tradução e Notas de António Graça de Abreu
sábado, 17 de março de 2007
quarta-feira, 14 de março de 2007
O Valor do Dinheiro, Cuba: um exemplo

O ideal que guiou Fidel, as suas convicções da implantação de um estado socialista, gorou muitas das possibilidades de estabelecer relações externas que poderiam fazer Cuba crescer. O embargo é comercial, económico e financeiro e passou a ser Lei em 1992.
Independentemente das dificuldades económicas, o povo cubano tem valores humanos muito fortes e os que deles vivem defendem a revolução, nas palavras de uma criança “através do debate”, “com lápis e papel”. Porque esses, os valores, persistem, sempre no sentido de, por pouco que tenham, ainda chega para os demais.
Veja-se a história contada por um jornalista, André Martín, numa das suas estadias em Cuba (fonte sic). Em poucas palavras, precisou de uma cebola, pois tinha prometido a um amigo cubano, que lhe pediu uma aula de culinária, ensinar-lhe a cozinhar um prato italiano. André, e visto o amigo não ter a dita cebola, decidiu bater à porta de uma vizinha, que logo lhe deu a cebola que ele tanto precisava. Mais tarde, e através de um outro amigo cubano, soube que mediante o racionamento rigoroso a que o povo cubano está sujeito, apenas têm direito a uma cebola por mês e por família. A tal vizinha, tinha dado a cebola dela, sem dizer ou pedir nada…
E este é o verdadeiro valor do dinheiro!
À tua memória

terça-feira, 13 de março de 2007
segunda-feira, 12 de março de 2007
Minho
A diversidade da paisagem natural e a infuência recebidas durante séculos, explicam a variedade das especialidades gastronómicas.
A doçaria é de longa tradição conventual e popular, muito original e de grande requinte.
Não posso esquecer de referir o vinho verde da região óptimo para acompanhar as iguarias.
Mas, para conhecer um povo nada melhor do que sentar-se à sua mesa bebendo e comendo, com ele e como ele.
Entrada: Caldo Verde
Descasque 600gr de batata, 1 cebola, 2 dentes de alho e leve tudo a cozer em 1,5lt de agua, sal e 1 fio de azeite.
Lave e corte em caldo verde muito fino 200gr de couve galega.
Depois de cozidas triture as batatas, o alho e a cebola.
Leve ao lume outra vez, junte o caldo verde e deixe cozer, retifique os temperos e junte mais 1 fio de azeite.
Corte o chouriço, coloque uma rodela em cada prato e regue com o caldo verde. Corte as fatias de brôa ao meio e distribua pelas pessoas.
Prato principal: Tiborna
Leve 1kg de batatas a cozer em água abundante com sal durante 30 min.
Depois de demolhadas seque bem 4 postas de bacalhau e grelhe-as.
Coloque também 4 fatias de pão na brasa e deixe torrar.
Depois de cozidas descasque as batatas, corte-as às rodelas e disponha numa travessa. Por cima, o bacalhau desfiado e o pão. Regue tudo com azeite, vinagre e salsa picada. Para acompanhar, vinho verde da zona do Minho, pois claro.
Sobremesa: Torta de cenoura
Cozer 1kg de cenouras descascadas durante 20 min. Bater 4 claras em castelo, bater 4 gemas com 175gr de açucar, juntar as claras e a farinha.
Depois de cozidas passe a cenoura por um passador e deixe escorrer, junte ao preparado. Coloque tudo num tabuleiro quadrado forrado com papel vegetal, vai ao forno a 180ºc duante 20 min. Retira-se e coloca-se noutra folha polvilhada com açúcar, deita-se canela, enrola-se e está pronta.
quinta-feira, 8 de março de 2007
« Catarina Eufémia »
E eu penso nesse instante em que ficaste exposta
Estavas grávida porém não recuaste
Porque a tua lição é esta: fazer frente
Pois não deste homem por ti
E não ficaste em casa a cozinhar intrigas
Segundo o antiquíssimo método oblíquo das mulheres
Nem usaste de manobra ou de calúnia
E não serviste apenas para chorares os mortos
Tinha chegado o tempo
Em que era preciso que alguém não recuasse
E a terra bebeu um sangue duas vezes puro
Porque eras a mulher e não somente a fêmea
Eras a inocência frontal que não recua
Antígona poisou a sua mão sobre o teu ombro no instante em que morreste
E a busca da justiça continua»
Sophia de Mello Breyner Andresen
O 8 de março de 1857
quarta-feira, 7 de março de 2007
Porque querem acabar com o IAJ?
Recordo-me que em Agosto do ano passado foi anunciado o fim deste apoio. Decidi ligar para os serviços, ao que me responderam “isso é especulação, não faz sentido acabar com este subsídio”.
Este fim anunciado voltou à carga no início deste ano.
É sobejamente conhecida a grande precariedade dos vínculos de trabalho a que as pessoas estão sujeitas, o elevado valor das rendas e as diversas exigências feitas a quem recorre ao crédito habitação. A realidade mostra as dificuldades que os jovens têm para alcançar a sua autonomia e independência, quando uma das condições para a emancipação dos jovens é a capacidade de estabelecer uma residência autónoma.
terça-feira, 6 de março de 2007
86 anos de luta e resistência
domingo, 4 de março de 2007
Petição contra o fascismo
Petição
sábado, 3 de março de 2007
Iremos à lua
Editorial
O Governo intensifica gradualmente as desigualdades sociais, levando a cabo medidas que visam promover um retrocesso social: o desemprego aumenta, os direitos dos trabalhadores estão em causa, o rendimento familiar degrada-se, o custo de vida torna-se insuportável e por outro lado vemos os bancos a realizarem lucros de milhões de euros ao ano. Toda esta imagem de um país cada vez mais triste de si mesmo constitui um verdadeiro problema social, político e económico. Até quando o povo aguentará tal situação?
Dia 2 de Março a CGTP, levou a cabo uma acção de luta, por mais direitos e por uma politica alternativa.
A Madeira vai a votos, o governo regional demitiu-se, o Presidente da República provavelmente irá marcar eleições para Maio, estaremos atentos ao jardim que é a Madeira.
A Taberna como espaço de ideias e de reflexões cresceu e está mais activa do que nunca, quando se iniciou este projecto nunca imaginámos que passado apenas um mês a participação fosse tão regular e tão significativa, mas não estamos satisfeitos pois queremos ainda mais... Pretendemos intervir com irreverência e determinação, levar a cabo as nossas convicções de Liberdade e de Fraternidade. Aqui respira-se convicção. A divulgação da Taberna também é urgente para que possa ser um espaço cada vez mais de todos, é e será esse o nosso objectivo, uma Taberna para todos...
Destaca-se ainda os vinte anos da morte do resistente JOSÉ AFONSO. As suas músicas ainda hoje servem de inspiração para muitos resistentes face à situação Nacional e Internacional.
A luta vai continuar... quer eles queiram, quer não!

Milhares e Milhares estiveram em Lisboa e disseram não a esta política. A capital do País assistiu durante quase quatro horas a um interminável desfile de descontentamento a maior manifestação das últimas décadas.
Quem assistiu a esta manifestação pensava certamente tratar-se do maior acontecimento que se passava no País nesse dia, mas nada como chegar a casa e ligar a televisão ou a rádio e ouvir e ver a máquina de propaganda do poder (político e económico)... perdão... a comunicação social a chamar-nos à razão e a dizer-nos que o mais importante que se passou no país foi a assembleia da PT e da OPA da Sonae... afinal isso é que foi importante!
Mas podem dizer-nos o que quiserem, que nós, todos os que estivemos em Lisboa ontem e todos os que queriam lá ter estado, continuaremos a luta pela Mudança de políticas e eles que continuem a falar de tudo aquilo que só lhes interessa a eles (OPAs, Acções, Dividendos) e misturem tudo isso com uma "sondagem-zinha" de ocasião a dizer que o "povo tá satisfeito", porque façam o que fizerem a luta vai continuar e vai-se intensificar e, mais cedo do que tarde, eles e as suas políticas serão derrotados.
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007
Feliz Aniversário Sport Lisboa e Benfica

Celebrar 103 anos como o clube com mais associados de todo o mundo é um facto importante. Tão importante que não passa esquecido e fica registado no famoso livro do Guiness. Todos reconhecem a grandeza desta instituição que teve, tem e terá um papel determinante na competição desportiva em Portugal.
O futuro deveria olhar para o passado risonho. O passado e pluribus unum!. As famílias que, em tempos, se deslocavam em excursão ao estádio; os sócios que participavam activamente nas votações e assembleias; os miúdos e miúdas que praticavam desporto e a importância na formação desportiva de milhares desses jovens, tudo em prol da paixão do desporto. Morre a 10 de Fevereiro de 2000. O presente não resistiu e pariu uma máquina económica.
Mas, seja como for, o desporto português está de parabéns porque o clube Benfica faz 103 anos de história dia 28 de Fevereiro.
A todos os sócios, dirigentes, funcionários, adeptos, desportistas de todas as modalidades, enfim, toda a comunidade do Benfica, os votos de parabéns da Taberna.
terça-feira, 27 de fevereiro de 2007
Mundo Novo

olho para vocês.
olho e questiono-me do porquê.
procurei anos a fio a resposta. e quanto mais velha fico, mais tenho a certeza de que vocês não a possuem.
terei de construir um mundo novo?
um mundo onde todas as crianças têm pai e mãe.
um mundo onde todas as línguas são permitidas na escola.
um mundo onde todos temos a nossa oportunidade de brilhar.
um mundo onde os novos convivem com os idosos e onde os putos do bairro convivem com os putos das vivendas.
um mundo onde não precisamos de aprender a fazer bluff...
nesse mundo há uma oportunidade para ti: sem-abrigo que te perdeste na vida que tiveste; criança que te tornaste adulta antes da idade legal; mulher que morreste por amor; delinquente que te tornaste serviçal por pensares de maneira diferente dos outros e por não teres paciência para as teorias, tão diferentes das práticas, que te ensinavam na escola.
nesse mundo, tão longe de portugal, não terias de te posicionar na mediania dos demais.
aprenderias que todas as opiniões são válidas desde que tenham nascido de um pensamento teu.
nesse mundo, sem hierarquias, olharias para o lado e o teu patrão contar-te-ía que grita contigo porque afinal tem desgostos sentimentais!!!
e nesse dia, apanharias uma bebedeira com ele e convidá-lo-ías para dormir em tua casa...
nesse mundo, em que todas as pessoas diriam bom dia, olharias para o lado e não verias mendigos a dormir na soleira do teu prédio.
não verias putos grandes a baterem em putos pequenos, nem putos pequenos a roubarem gajos grandes.
nesse mundo não haveria salas de ensino especial para os meninos que aprendem de maneira especial.
nem haveria bairros sociais com muros à volta.
nesse mundo, não haveria pessoas importantes, porque todos saberíamos ser insignificantes.
nesse mundo não haveria incontáveis burocracias com o único objectivo de nos tramar a vida quando finalmente conseguimos aquele pé de meia...
nesse mundo haveria trabalho para todos: brancos, pretos, alentejanos, transmontanos, ex-reclusos, jovens licenciados e adultos com mais de quarenta anos.
nesse mundo respeitar-se-íam as crianças.
nesse mundo não se daria tempo de antena às desgraças, mas somente às alegrias.
nesse mundo eu nunca precisaria de escrever as coisas que eu escrevo, porque diríamos tudo à frente de toda a gente.
nesse mundo, o dinheiro seria apenas um símbolo e nada mais do que um símbolo.
um símbolo que nos recordasse desse admirável mundo velho em que um dia vivemos, para que nunca mais ousássemos aí regressar.
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007
Para sempre Abril, para sempre Zeca
"Admito que a revolução seja uma utopia, mas no meu dia a dia procuro comportar-me como se ela fosse tangível. Continuo a pensar que devemos lutar onde exista opressão, seja a que nível for."
José Afonso