Receias a palavra da poesia?
Temes que irrompam dos versos lágrimas
acenos, um olhar, um gesto, sangue?
A praga, o ódio, o asco?
Receias o amor que ela te fala?
O sacrifício, a Hora?
Esta íntima claridade construída?
Temes as sombras,
a noite mais noite em nossos gritos?
Ou receias a esperança,
o sémen, o suor, a seiva trabalhosa?
O amanhã já hoje em nossos passos?
Afrontam-te as raízes?
Espantam-te estas flores?
Amedrontam-te os frutos
que se estão gerando neste ventre a custo?
Ouve irmão: os homens falam aos homens
e se dão as mãos.
De Carlos Aboim Inglez, em "Soma Pouca"
quinta-feira, 22 de março de 2007
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