quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Juntos pela mudança de políticas

Manifesto

Feliz Aniversário Sport Lisboa e Benfica

Aos 103 anos de gloriosa idade continuamos a ver-te crescer. Fazendo história, marcando a história e contando pequenas histórias ao coração daqueles que te apoiam.

Celebrar 103 anos como o clube com mais associados de todo o mundo é um facto importante. Tão importante que não passa esquecido e fica registado no famoso livro do Guiness. Todos reconhecem a grandeza desta instituição que teve, tem e terá um papel determinante na competição desportiva em Portugal.

O futuro deveria olhar para o passado risonho. O passado e pluribus unum!. As famílias que, em tempos, se deslocavam em excursão ao estádio; os sócios que participavam activamente nas votações e assembleias; os miúdos e miúdas que praticavam desporto e a importância na formação desportiva de milhares desses jovens, tudo em prol da paixão do desporto. Morre a 10 de Fevereiro de 2000. O presente não resistiu e pariu uma máquina económica.

Mas, seja como for, o desporto português está de parabéns porque o clube Benfica faz 103 anos de história dia 28 de Fevereiro.

A todos os sócios, dirigentes, funcionários, adeptos, desportistas de todas as modalidades, enfim, toda a comunidade do Benfica, os votos de parabéns da Taberna.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Mundo Novo













olho para vocês.
olho e questiono-me do porquê.
procurei anos a fio a resposta. e quanto mais velha fico, mais tenho a certeza de que vocês não a possuem.
terei de construir um mundo novo?
um mundo onde todas as crianças têm pai e mãe.
um mundo onde todas as línguas são permitidas na escola.
um mundo onde todos temos a nossa oportunidade de brilhar.
um mundo onde os novos convivem com os idosos e onde os putos do bairro convivem com os putos das vivendas.
um mundo onde não precisamos de aprender a fazer bluff...
nesse mundo há uma oportunidade para ti: sem-abrigo que te perdeste na vida que tiveste; criança que te tornaste adulta antes da idade legal; mulher que morreste por amor; delinquente que te tornaste serviçal por pensares de maneira diferente dos outros e por não teres paciência para as teorias, tão diferentes das práticas, que te ensinavam na escola.
nesse mundo, tão longe de portugal, não terias de te posicionar na mediania dos demais.
aprenderias que todas as opiniões são válidas desde que tenham nascido de um pensamento teu.
nesse mundo, sem hierarquias, olharias para o lado e o teu patrão contar-te-ía que grita contigo porque afinal tem desgostos sentimentais!!!
e nesse dia, apanharias uma bebedeira com ele e convidá-lo-ías para dormir em tua casa...
nesse mundo, em que todas as pessoas diriam bom dia, olharias para o lado e não verias mendigos a dormir na soleira do teu prédio.
não verias putos grandes a baterem em putos pequenos, nem putos pequenos a roubarem gajos grandes.
nesse mundo não haveria salas de ensino especial para os meninos que aprendem de maneira especial.
nem haveria bairros sociais com muros à volta.
nesse mundo, não haveria pessoas importantes, porque todos saberíamos ser insignificantes.
nesse mundo não haveria incontáveis burocracias com o único objectivo de nos tramar a vida quando finalmente conseguimos aquele pé de meia...
nesse mundo haveria trabalho para todos: brancos, pretos, alentejanos, transmontanos, ex-reclusos, jovens licenciados e adultos com mais de quarenta anos.
nesse mundo respeitar-se-íam as crianças.
nesse mundo não se daria tempo de antena às desgraças, mas somente às alegrias.
nesse mundo eu nunca precisaria de escrever as coisas que eu escrevo, porque diríamos tudo à frente de toda a gente.
nesse mundo, o dinheiro seria apenas um símbolo e nada mais do que um símbolo.
um símbolo que nos recordasse desse admirável mundo velho em que um dia vivemos, para que nunca mais ousássemos aí regressar.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Para sempre Abril, para sempre Zeca

23 de Fevereiro de 1987. Foi há 20 anos que Portugal viu desaparecer uma das maiores vozes de Abril, Zeca Afonso. De Abril, mas sobretudo de sempre, porque a resistência contou com ele ontem, hoje e continuará a fazê-lo daqui por diante. Não podendo deixar passar esta data incólume, a Taberna homenageia assim um dos mentores da música de intervenção no nosso país. Zeca, não é apenas a voz de "Grândola". O compositor e homem da música popular portuguesa deixou-nos um vasto e notável trabalho, em que as suas canções iam de encontro ao protesto e à resistência. Resistência antifascista, conceito que para sempre estará associado ao cantor. Zeca nunca se deixou adormecer, querendo sempre estar na linha da frente da luta e da revolução juntamente com movimentos e personalidades de esquerda. O rosto da utopia morreu abandonado pelas instituições, mas não por nós, pois os resistentes, lutadores, precisam uns dos outros. Precisam de um José Afonso eterno. Para sempre Abril, para sempre Zeca.

"Admito que a revolução seja uma utopia, mas no meu dia a dia procuro comportar-me como se ela fosse tangível. Continuo a pensar que devemos lutar onde exista opressão, seja a que nível for."
José Afonso

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

«Que hei-de dizer-lhes acerca da Música, que os interesse e que esteja ao meu alcance?»

Título: palavras de Fernando Lopes-Graça (maestro, músico e compositor, 1906-1994)

Confesso que houve uma tentativa da minha parte para definir MÚSICA. Abandonei essa ideia, porque não é necessário decifrar algo que é sobejamente UNIVERSAL e TRANSVERSAL, que toca os sentimentos mais profundos da essência humana.
As músicas marcam-nos, muitas acompanham-nos ao longo da vida enquanto outras num determinado espaço de tempo, outras relembram-nos momentos, outras são de intervenção (e que papel essas têm), outras nascem da poesia, etc., etc.…
A música faz parte do nosso dia-a-dia. Desde o acordar ao deitar a música passa pelos nossos ouvidos: é no despertador; é no rádio enquanto tomamos banho; nos transportes públicos quando nos deslocamos; no local de trabalho; no restaurante enquanto almoçamos; no nosso carro, ao fim do dia, quando nos deslocamos para o bar onde convivemos com os amigos. Agora e sempre a música estará presente.

Daí a imperatividade de incluirmos neste espaço, que se pretende de divulgação política e cultural, com objectivo de divulgação plural, a música. Porque, sem dúvida, a música acompanhar-nos-á na caminhada pela Libertação.

Em nome deste colectivo de taberneiros, declaro aberto o Balcão da Música na Taberna dos Tertuliantes deste país!

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Casca de batata com iogurte

Semanalmente, vamos apresentar receitas e sugestões gastronómicas. Vamos dar a volta ao mundo dos sobores e paladares. Nesta coluna iremos do tradicional ao mais irreverente que possa haver na gastrononia mundial.

Entrada:
Casca de batata com iogurte.

Muito simples, aproveitam-se as cascas da batata que vamos usar no prato principal.
Lavam-se muito bem e fritam-se em óleo.
Para o molho:
Pica-se um dente de alho e junta-se a partes iguais de maionese e iogurte natural. Bate-se energicamente até ficar bem cremoso.
Pode-se também juntar umas gotas de limao e salsa picada.

Para a semana vamos apresentar menus completos.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Editorial

No tempo de crise e de aceleração em que vivemos, uma evidência se impõe: Nada será como dantes!
Vejamos os processos de transformação, os argumentos impostos e as ofensivas que em nome de uma "Democracia" que pretendem instaurar a outros, os quais, impotentes, assistem à sua própria destruição.
A violação do Direito Internacional, o desprezo pelas organizações internacionais e o "jogo" mortal dos mercados mundiais. A evidente e clara emergência dum poder imperial à escala mundial, protagonizada pelos Estados Unidos da América e seus aliados, com isso levando a um crescente factor de desigualdade dos povos.
O futuro não está escrito...
A Taberna da Resistência como espaço de divulgação política e cultural, tem como objectivo uma divulgação plural.
Pretende-se com este projecto uma abertura à discussão sem fronteiras dos mais variados temas tendo em vista a libertação do Homem.
A participação é importante no tempo de Resistência que vivemos, sem esquecer que até na Taberna podemos realizar mais uma etapa na grande caminhada pela Libertação.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Poema de Cesariny

Era hua vez dez meninas
de hua aldeia muito probe.
Deu o trangolomanglo nelas
não ficaram senão nove.
Era hua vez nove meninas
que só comeam biscoito.
Deu o trangolomanglo nelas
não ficaram senão oito.
Era hua vez oito meninas
em terras de dom Esparguete.
Deu o trangolomanglo nelas
não ficaram senão sete.
Era hua vez sete meninas
lindas como outras não veis.
Deu o trangolomanglo nelas
não ficaram senão seis.
Era hua vez seis meninas
em landas de Charles Quinto.
Deu o trangolomanglo nelas
não ficaram senão cinco.
Era hua vez cinco meninas
em um triângulo equilatro.
Deu o trangolomanglo nelas
não ficaram senão quatro.
Era hua vez quatro meninas
qu'avondavam só ao mês.
Deu o trangolomanglo nelas
não ficaram senão três.
Era hua vez três meninas
em o paço de dom Fuas.
Deu o trangolomanglo nelas
não ficaram senão duas.
Era hua vez duas meninas
ante um home todo espuma.
Deu o trangolomanglo nelas
transformaram-se em só uma.
Era hua vez uma menina
terrada em coval mui fundo.
Deu o trangolomanglo nela
voltaram as dez ao mundo.

Mário Cesariny